Dec 14
Solução beef on dairy da ABS aumenta rentabilidade do rebanho leiteiro; produtor de Goiás já começou a vender os bezerros para a cadeia produtiva da carne
A estratégia de aliar as genéticas de corte e leite (chamada de beef on dairy) está trazendo cada vez mais lucro para produtores leiteiros Brasil afora. Mais do que a criação de uma segunda fonte de renda para a fazenda, a técnica está se tornando parte fundamental do planejamento genético das propriedades, em função dos resultados impressionantes que são produzidos.
Além de focar na produção de leite – a principal atividade da fazenda – o produtor pode inseminar as fêmeas de menor desempenho do rebanho com sêmen de corte, criando bezerros de boa qualidade para o mercado da carne.
Na Fazenda Jacinto Pereira e Brito, em Ipameri (GO), a estação de monta 2021/22 será o segundo ano de utilização da genética de corte no leite, com o objetivo de potencializar a lucratividade do rebanho, composto por 200 cabeças de gado Gir Leiteiro e Girolando. O produtor Fábio Ravazzi Estrela conta que, após bons resultados no primeiro ano, decidiu expandir o uso da estratégia, baseada na genética Beef InFocus da ABS.
“Pouco mais de dois anos atrás, começamos um novo planejamento com a ABS e a nossa veterinária, para aproveitar a nossa estrutura que já estava preparada para a produção de leite e, ao mesmo tempo, agregar mais receita com base na genética de corte. Como era uma ideia totalmente nova para nós, inicialmente, começamos por inseminar 40% das fêmeas do rebanho com sêmen Angus. Em 2021, essa taxa passou para 75%”, revela.
O pecuarista afirma que, logo após os primeiros nascimentos, as vantagens da estratégia beef on dairy ficaram evidentes. “A carcaça em geral já era impressionante nos animais com apenas 30 dias de idade. Esses bezerros foram criados a pasto e se desenvolveram muito rápido durante os primeiros seis a sete meses”, avalia.
Até hoje, o produtor já somou 50 nascimentos resultantes das inseminações Beef InFocus. Desse total, 10 já foram vendidos para o mercado da carne, e a previsão é otimista: “A nossa meta é vender de 10 a 12 bezerros a cada dois a três meses, mantendo uma fonte de renda constante e confiável”, diz.
Ainda de acordo com Fábio, os nascimentos dos bezerros Beef InFocus são planejados de forma a não causar estresse nas fêmeas. Os animais são vendidos entre os seis e sete meses de idade, deixando a vaca pronta para uma nova gestação, sem sacrificar a estrutura da produção de leite.
“Com as condições climáticas desfavoráveis que tivemos este ano, observamos uma redução na produção de pasto, mas foi compensada pela capacidade produtiva de leite, ou seja, aproveitamos a nossa própria estrutura leiteira para nutrir os bezerros e promover o seu desenvolvimento até estarem aptos para a venda. Não foi necessário investir em silo ou outro reforço – apenas o leite e o suplemento mineral já foram o bastante”, comenta.
A estratégia é pensada de forma completa, destinando cada animal para uma função específica e maximizando a lucratividade de todo o plantel. “As melhores matrizes são reservadas para a produção de leite, mantendo o perfil da raça e a produtividade, mas o ótimo preço da arroba do boi e a qualidade das carcaças que tivemos com o Beef InFocus nos motivaram a aumentar o número de fêmeas inseminadas com essa genética. O uso do sêmen Angus, aliado à estrutura do Gir, foi o que mais nos impressionou. São, realmente, animais excelentes para a cadeia da carne. Agora, o Beef InFocus será uma parte essencial do nosso planejamento genético”, reforça Fábio.
DESTINO GARANTIDO
A venda dos bezerros Beef InFocus da Fazenda Jacinto Pereira e Brito foi assegurada pela Nutritaurus, conforme a parceria firmada entre a ABS e a empresa de nutrição animal.
A parceria entre as duas empresas abriu as portas para os produtores que investem no Beef InFocus, garantindo um destino para os bezerros com genética de corte que nascem nas fazendas. A base do valor pago é calculada com base no Indicador de Bezerros São Paulo, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O contrato prevê uma margem de 20 a 30% para o cliente, chegando a valores como R$ 500 por cabeça.
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